terça-feira, 17 de julho de 2012

2012.07.17 - Lua

Foto do grupo de hoje

Vasco e João traduziram livremente, The Whole of the Moon, de Mike Scott, da banda Waterboys.

THE WHOLE OF THE MOON
I pictured a rainbow  Pintei um arco-íris
you held it in your hands  tem-lo na tua mão
I had flashes  eu tive uns rasgos
but you saw the plan mas tu viste o plano
I wandered out in the world for years andei no mundo por anos
you just stayed in your room  tu apenas ficaste no teu quatro
I saw the crescent eu vi o crescente
You saw the whole of the moon  tu viste a lua toda
The whole of the moon...  toda a lua...
You were there in the turnstiles tu estavas lá em passagem
with the wind at your heels com o vento nos teus calcanhares
you stretched for the stars estendeste-te para as estrelas
and you know how it feels e sabes como te sentes
to reach too high, too far, too soon ao chegares demasiado alto, demasiado longe, demasiado cedo
You saw the whole of the moon tu viste a lua toda
I was grounded  Fiquei enterrado
while you filled the skies  enquanto tu preenchias o céu
I was dumbfounded by truth Fiquei admirado com a verdade
you cut through lies enquanto tu cortavas as mentiras
I saw the lone empty valley  Eu vi o vale solitário vazio
you saw Brigadoon  tu viste Brigadoon
I saw the crescent  eu vi o crescente
You saw the whole of the moon tu viste a lua toda
I spoke about wings Eu falava sobre asas
you just flew  tu apenas voavas
I wondered I guessed and I tried Eu me perguntava, imaginava e tentei
you just knew  tu já sabias
I sighed  Eu suspirei
but you swooned mas tu desmaiaste
I saw the crescent eu vi o crescente
You saw the whole of the moon tu viste a lua toda
The whole of the moon... toda a lua...
With a torch in your pocket  Com uma tocha no teu bolso
and the wind at your heels e com o vento nos calcanhares
you climbed on the ladder subiste a escada
and you know how it feels e sabes como te sentes
to get too high, too far, too soon ao chegares demasiado alto, demasiado longe, demasiado cedo
You saw the whole of the moon tu viste a lua toda
The whole of the moon...  toda a lua...
Unicorns and cannonballs, palaces and piers Unicórnios e balas de canhão, palácios e cais
trumpets, towers and tenements trompetes, torres e cortiços
wide oceans full of tears oceanos cheios de lágrimas
flags, rags, ferryboats, scimitars and scarves bandeiras, trapos, balsas, cimitarras e cachecóis
every precious dream and vision underneath the stars cada sonho precioso e visão sob as estrelas
You climbed on the ladder tu subiste a escada
with the wind in your sails com o vento nas tuas velas
you came like a comet  vieste como um cometa
blazing your trail com a chama no rastro
too high, too far, too soon demasiado alto, demasiado longe, demasiado cedo
You saw the whole of the moon ! tu viste a lua toda!
Written: New York January 1985 / London Feb 1985Mike Scott, from The Waterboys


A Helena Machado e o Guilherme leram, Papá por favor apanha-me a lua, de Eric Carle


A Paula leu:

A história da lua e do marinheiro
             
“Era uma vez um marinheiro que andava sempre na lua. Em lugar de andar num barco, como toda a gente (quer dizer, como todos os marinheiros), andava na lua.
Como se distraía pelo caminho, chegava todos os dias atrasado ao porto e perdia sempre o barco. Então sentava-se no cais com os pés a balouçar sobre a água e ficava longas horas a olhar para o céu.
- É além que eu ando, murmurava ele às vezes, fitando a lua. – Parece que estou aqui sentado, mas ando além…
Porém, ninguém o escutava. As pessoas passavam e diziam: “Lá está outra vez o marinheiro na lua!”
Um dia, o marinheiro tirou por momentos os olhos do céu e viu a lua em forma de barco, a seus pés, brilhando no mar.
- A lua!, disse ele surpreendido, levantando-se. – A lua veio ter comigo, há quanto tempo a esperava!
Desceu as escadas do cais até à água, meteu-se pelo mar dentro e subiu para a lua. Pôs-se ao leme, levantou a âncora, desfraldou as velas, e partiu para todos os sítios, indistintos e distantes, com que sempre sonhara.
Ninguém mais o viu. A gente do porto repara às vezes no seu lugar, agora vazio, no cais, e pergunta:
- Que será feito do marinheiro?
- Deve andar por aí, na lua – respondem.
E anda, nunca nenhum marinheiro teve barco tão bonito!”

Retirado do livro “Histórias que me contaste tu” de Manuel António Pina


O Daniel leu de Michael Grejniec, A que sabe a Lua


António Gil, leu do 5º acto, 1ª cena da peça "Os herdeiros da lua de Joana" da autoria de Maria Teresa Maia Gonzales

“Os Herdeiros da Lua de Joana”
Maria teresa Maia Gonzalez – Verbo Editora
ACTO V
CENA 1
Cenário - A sala da casa de Joana
(O Dr. Brito (pai de Joana) e o Diogo (irmão de Marta, amiga da Joana que também se suicidou) estão sentados na sala. Sobre a mesa de apoio ao sofá, há dois copos de refresco e as cartas de Joana, presas por um clipe.)
DR. BRITO
Folgo em saber que estás muito melhor, Diogo! Já há muito tempo que não te via.
A tua mãe tem-me dado notícias tuas, quando nos cruzamos à entrada do prédio ou no elevador.
DIOGO
(Acabando de dar um gole no refresco) Estive fora uns tempos, como deve ter sabido... Estive numa clínica de desintoxicação... Desta vez, acho que correu tudo bastante bem, doutor Brito. Sinto-me, realmente, melhor.
DR. BRITO
(Sorrindo com satisfação) É muito bom ouvirte dizer isso, rapaz! Parabéns!
DIOGO
Bem, eu não sei se 'tou completamente... curado. (Pausa breve) Temos de esperar para ver... Pra já, posso dizer que sinto mesmo que 'tou em recuperação. Nas outras clínicas, foi uma perda de tempo... (Pausa breve) De tempo e de dinheiro!...
DR. BRITO
Calculo... Mas isso agora não importa; o que interessa é que estás no bom caminho, não é verdade?
DIOGO
(Timidamente) Espero bem... (Pausa) Sabe, eu já era pra cá ter vindo... Nem fui ao funeral nem nada...(Pausa breve) A droga é lixada... (Cabisbaixo) “Tava completamente desatinado, percebe?
DR. BRITO
Estavas doente, foi por isso, com certeza. De qualquer maneira, não penses mais nisso, Diogo! Já lá vai!
DIOGO
(Erguendo o sobrolho, admirado) Já?...
DR. BRITO
Bem, foi uma maneira de falar... É claro que ainda estarmos todos muito afectados, como podes compreender... passaste pelo mesmo com a tua irmã...
DIOGO
(Cabisbaixo) Já... Só que eu nunca pensei que a Joana...
DR. BRITO
Ninguém pensou. Foi esse o nosso erro...
DIOGO
(Inclinando-se no cadeirão para ver o baloiço que continua no mesmo lugar) E aquilo ali? Não 'tava no quarto da Joana?
DR. BRITO
Estava sim, rapaz... Era a lua dela.. não sabemos o que fazer dela... A Joana estava tão ligada àquele baloiço!
DIOGO
(surpreendido) 'Tava?
DR. BRITO
Sim. (Pausa breve) Eu só descobri isso... isso e muitas outras coisas importantes, depois de ler o que ela deixou escrito...
DIOGO
(Surpreendido) A Joana deixou uma carta... assim tipo carta de... despedida, foi? Não imaginava...
DR. BRITO
Não, Diogo. A Joana escrevia, nos últimos anos, cartas, muitas cartas...
DIOGO
(Surpreendido) Escrevia-lhe cartas... a si?!
DR. BRITO
Não a mim... (Pausa breve) Eram dirigidas à tua irmã.
DIOGO
(Incrédulo) À minha irmã?! À Marta?! E ela já tinha morrido?
DR. BRITO
Já, rapaz, já... Eu sei que parece estranho, mas a Joana sentia-se muito desamparada, percebes? Não tinha com quem falar, depois que a tua irmã faleceu; assim, foi a maneira que ela encontrou de se sentir menos só...
DIOGO
(Indignado) Fogo! Nunca pensei! Ela devia 'tar na pior! (Pausa) A Joana nunca aceitou a morte da minha irmã... Eu fartei-me de lhe dizer para ela não pensar mais naquilo que tinha acontecido, mas ela teimava em puxar o assunto... (Pausa) Mas... e ela escrevia a contar o quê?...
DR. BRITO
O que se ia passando de importante na vida dela, na cabeça dela... Foi assim que comecei a conhecer a minha filha Diogo... Só assim! (Pausa breve) E vi que tu foste importante para ela...
DIOGO
(Acanhado) Nem por isso... Acho que a Joana só queria ver-me para falar da Marta... Sei lá... Julgo que gostava de ir lá a casa para, de alguma forma, se sentir mais perto da Marta.
DR. BRITO
(Pensativo) Talvez. Elas eram muito amigas.
DIOGO
Éramos amigos os três... Amigos de infância... (Sorri) Amigos de sempre! Quando éramos pequenos e íamos os três à praia com a minha mãe, divertíamo-nos à brava... Ríamo-nos por tudo e por nada! Gozávamos com tudo... (Pausa) Mas, depois, eu não soube ser o amigo que ela precisava. (Pesaroso) Agora, sei que a devo ter decepcionado muito...
DR. BRITO
Não foste só tu, Diogo. (Eleva um pouco o tom de voz.) Eu também! E nem fazíamos ideia disso, não é? (Suspira) Às vezes, sem darmos conta, estamos tão longe daqueles que amamos...
DIOGO
(Acenando afirmativamente) Pois estamos...
DR. BRITO
(Pausadamente) Temos de aprender com os nossos erros, sobretudo os que nos custam mais caro, não é?
DIOGO
(Cabisbaixo) É...
DR. BRITO
Quando quiseres desabafar, podes contar comigo, Diogo, estás a ouvir? Não faças cerimónia! (Pausa breve) Sabes, eu agora tenho uma outra noção do tempo; uma outra noção das prioridades...
DIOGO
(Acanhado, levanta-se) Bem, eu até gostava de ficar aqui mais tempo a conversar consigo, mas fiquei de passar em casa de uma amiga...
DR. BRITO
(Levantando-se) Claro, claro, compreendo. Eu acompanho-te à porta.
(Saem ambos)


A Mariana trouxe, de Arvedes Ferrer, "Olá sou a Lua"


Pela Teresa, tivemos uma versão mais, do Rondel do Alentejo, de Almada Negreiros.


A Delfina trouxe, de Sophia de Mello Breyner Andresen, "História da Gata Borralheira"


A Rosa, leu, O menino da Lua


A Alexandra Ferreira trouxe-nos um, exercício de poesia sobre a lua (vários autores)



O sorteio



E houve bolo



2 comentários:

  1. LEAistas...
    Gostei da foto de grupo! Estava aluada nesse dia e não pude ir... :o(
    Na próxima sessão lá estarei, com menos lua e mais beijo! ;o)

    Carmen Ezequiel
    Sol em vós!

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